Star Wars: Herdeiros do Império – Heir to the Empire

Capa nacional da edição publicada em 1993. Star Wars ainda era traduzido como Guerra nas Estrelas.

Capa nacional da edição publicada em 1993. Star Wars ainda era traduzido como Guerra nas Estrelas.

Como admirador dos filmes Star Wars que sou, não pude deixar de aproveitar quando encontrei recentemente na internet a série de livros considerada a mais importante do Universo Expandido (que consiste em livros, quadrinhos e jogos, devidamente licenciados pela Lucasfilm) da franquia. Conhecida pelos fãs como Trilogia Thrawn, é composta por três romances: Herdeiros do Império (Heir to the Empire), O Despertar da Força Negra (Dark Force Rising) e A Última Ordem (The Last Command).

Já vou avisando que toda a série é muito melhor aproveitada se você já assistiu todos os filmes da Trilogia Clássica.

A trilogia começa cinco anos após a destruição da segunda Estrela da Morte, que acontece no Episódio VI – Retorno de Jedi. Luke, Leia e Han Solo voltam aos papéis principais, participando do estabelecimento da Nova República, modelo de governo defendido pela Aliança Rebelde desde sua criação, quase trinta anos antes.

Somos apresentados à um período complicado para a Nova República, que disputa constantemente com os oficiais remanescentes do Império a lealdade de cada planeta, em cada sistema. Entretanto, o ressurgimento de um Grande Almirante Imperial, nomeado pelo próprio Imperador, começa a desequilibrar mais uma vez a balança, e ameaçar o crescimento do novo governo. Thrawn é o único não-humano dos doze Grande Almirantes originais, escolhidos a dedo pelo xenófobo Imperador Palpatine como seus oficiais mais altos. Um grande e frio estrategista militar, capaz de identificar as fraquezas e prever atitudes e reações de seus inimigos através da análise das obras de arte de sua raça, e uma das maiores personificações do termo Deus Ex Machina que já vi em minha vida. Explico mais tarde.

Thrawn, o alien azul de olhos vermelhos que comanda os remanescentes do Império.

Thrawn, o alien azul de olhos vermelhos que comanda os remanescentes do Império.

Vários personagens originais, além do próprio Thrawn, são introduzidos nesse livro também, sendo os mais importantes o contrabandista Talon Karrde, cuja organização criminosa cresceu espantosamente após a morte de Jabba, e sua principal assistente Mara Jade, segunda em comando de sua organização, e dona de um passado misterioso.

Han Solo tenta contatar seus antigos amigos contrabandistas para que trabalhem como transportadores de carga para a Nova República, sem muito sucesso. Leia, grávida de gêmeos, tenta dividir seu tempo entre o treinamento Jedi e as missões diplomáticas confiadas a ela. Já Luke alcançou maior amadurecimento de suas habilidades como Jedi, mas ainda sente-se um pouco perdido, e preocupa-se se será capaz de orientar corretamente o treinamento dos sobrinhos.

Acompanhamos Thrawn em sua busca por tecnologias escondidas pelo Imperador em um planeta desconhecido, e seu encontro com um Lorde de Sith (no livro lançado em 1992, ainda chamado de Evil Jedi, ou Jedi do Mal) completamente insano chamado Joruus C’Baoth. Thrawn, de posse de criaturas capazes de repelir a Força, consegue forjar uma frágil aliança com o velho maluco, em troca de oferecer Luke, Leia e os gêmeos para serem seus discípulos. C’Baoth assume a função de coordenar os ataques espaciais através do uso da Força, controlando as mentes dos pilotos e sincronizando suas ações com perfeição. Tudo isso, entretanto, a Nova República desconhece, e começa a sofrer derrotas significativas para o Império.

Escapando por um triz de uma armadilha de Thrawn, Luke acaba caindo no planeta onde se localiza o centro de operações de Karrde. Após alguns acontecimentos, ele e Mara Jade, que nutre um misterioso ódio por Skywalker, acabam tendo de se aliar para sobreviver nas florestas do planeta, de onde Thrawn retirou as criaturas que bloqueiam o uso da Força, os ysalamiri.

Talon Karrde, o contrabandista.

Talon Karrde, o contrabandista.

Convenientemente, Han Solo e Lando chegam ao planeta mais ou menos nesse momento, conseguem um acordo com Karrde e resgatam Luke e Jade das tropas imperiais que o perseguiam.

Leia, por outro lado, é perseguida de planeta em planeta por uma raça de felinos humanoides que trabalham para o Império. Como aparentemente eles estão sempre um passo à sua frente, ela começa a suspeitar de que algo ou alguém esteja vazando informações confidenciais do conselho de guerra da Nova República para o Império.

O livro termina numa pequena mas importante batalha espacial, com uma vitória sofrida da Nova República e preparando terreno da continuação.

A experiência de ler o livro foi motivo de bastante conflito interno de opiniões para mim. Por um lado, entrar em contato com uma história inédita de uma série que eu gosto, foi bastante interessante. Reencontrar personagens familiares como os integrantes do Esquadrão Rogue, conhecer novos personagens que se tornam importantes, revisitar cenários já conhecidos, tudo isso dá força à obra. Mesmo que apenas para fãs dos filmes.

A misteriosa Mara Jade.

A misteriosa Mara Jade.

Entretanto, o livro foi pelo menos para mim, bastante previsível. O gênio militar do Grande Almirante Thrawn pode ser explicado como o uso abusivo de um recurso chamado Deus Ex Machina, que é quando o autor manipula a história de tal forma que os acontecimentos favorecem um personagem sem muita explicação. Tudo parece acontecer convenientemente a favor do personagem, e em dados momentos parece que o mesmo é capaz de estar em vários lugares ao mesmo tempo. Outro ponto negativo é a perda do humor característico de alguns personagens, com Han Solo, que se tornou “respeitável” e entediante, e a má utilização dos droides, notadamente utilizados como alívio cômico nos filmes.

Apesar de tudo, foi uma leitura agradável no final das contas, já que acrescentou mais do que gerou desgosto por alguns problemas narrativos. Ainda assim, reconheço que o livro não tem apelo para os leitores não familiarizados com os filmes da série de cinema.

Obviamente, não pude deixar de ler as continuações logo em seguida, e acabei lendo os 3 livros em quatro ou cinco dias. Ainda essa semana publicarei um texto sobre cada uma delas aqui.

Escrito por Timothy Zahn em 1992, publicado no Brasil em 1993 pela Editora Best Seller em edição de 373 páginas.

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2 comentários em “Star Wars: Herdeiros do Império – Heir to the Empire

  1. Bruno disse:

    Jedis do Mal, cara. Que ótimo! hahahaha

    Triste isso do Deus Ex Machina. É uma das coisas que mais prejudicam uma boa história, pra mim. Dá impressão que o autor não sabia o que fazer, ou não planejou direito. Ainda mais esse tipo de história que envolve muitos personagens, planetas diferentes, distâncias enormes a serem percorridas. Pelo menos você curtiu, no fim das contas. Essas sagas de universo expandido são muito interessantes; ainda mais as de Star Wars, que tem um monte delas.

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