Star Wars: A Última Ordem – The Last Command

Último volume da série, publicado no Brasil em 1995.

Último volume da série, publicado no Brasil em 1995.

Último texto sobre Star Wars, pelo menos por enquanto!

Em A Última Ordem, terceiro e último livro da trilogia iniciada em Herdeiros do Império, o quase onisciente Almirante Thrawn faz os preparativos finais para o derradeiro ataque à Nova República. De posse de uma tecnologia secreta de camuflagem, da maior parte da Frota Katana, de uma estação de clonagem inteira e colaborando com um mestre Jedi maligno, o almirante considera-se plenamente capaz de derrubar os rebeldes e reinstaurar o Império.

Um a um, diversos sistemas caem ou se rendem ao avanço do Império. Atacando diversos pontos estratégicos, como planetas produtores de alimento, o Império pouco a pouco abaixam a moral das tropas da Nova República.

Os ysalamiri, pequenos répteis que repelem a Força.

Os ysalamiri, pequenos répteis que repelem a Força.

Pressionado por C’Baoth, o almirante Thrawn organiza um ataque surpresa à Coruscant, a capital do novo governo. Com o General Bel Iblis, o Esquadrão Rogue e grande parte da força combativa da Nova República combatendo nos sistemas de fronteira, o planeta é alvo fácil para a nova arma de cerco planetário do almirante (que eu achei genial), e fica temporariamente fora do jogo de poder. Durante esses eventos, Leia dá à luz ao gêmeos Jacen e Jaina, posteriormente usados como protagonistas de mais ou  menos dezenove livros do Universo Expandido.

Devido aos repetidos fracassos do Império em capturar Leia e seus gêmeos, a tensão entre o Jedi maligno C’Baoth e o almirante crescem até um ponto em que não é seguro manter o Jedi por perto, e o mesmo é deixado no planeta onde foi encontrado pela primeira vez, Wayland, localização de um depósito secreto de tecnologia do Imperador. Enchendo a fortificação com os ysalamiri, Thrawn acredita ter neutralizado o Jedi maligno por tempo suficiente até que ele não seja mais necessário.

Presos em Coruscant, e sem opções no momento, Leia e Ghent, um jovem hacker da equipe de Talon Karrde, focam todos seus esforços na tarefa de descobrir quem ou o que está vazando informações confidenciais para o Império (e colaborando para a até então inexplicável onisciência de Thrawn). Por fim, localizam e eliminam a Fonte Delta, como era chamada pelo último.

Karrde e seu grupo de aliados contrabandistas.

Karrde e seu grupo de aliados contrabandistas.

Karrde por sua vez, parte para diversos pontos da Galáxia tentando convocar seus conhecidos contrabandistas e fazer com que aceitem coletar informações e vender para a Nova República, apesar de toda a desconfiança colocada sobre eles. Karrde começa a entender e sentir-se na pele de Han Solo durante os eventos que levaram-no a colaborar com a destruição da primeira Estrela da Morte. Escapando de uma série de armadilhas e traições, Karrde consegue organizar um grupo unido o suficiente, e tem papel chave na libertação de Coruscant.

O grupo, se infiltrando no Monte Tantiss.

O grupo, se infiltrando no Monte Tantiss.

Mara Jade, Luke, Han Solo, Chewie, Lando e os dróides partem à bordo da Millennium Falcon rumo ao planeta secreto de Wayland, graças aos conhecimentos resultantes do passado sombrio de Mara Jade como agente secreta do Imperador. Os sete tem a missão de, sozinhos, infiltrarem-se na fortaleza do Monte Tantiss e sabotar a estação de clonagem do Império. Durante os dias em que se aproximam do Monte Tantiss, Luke começa a aprimorar o treinamento Jedi de Mara Jade, ensinando-a a controlar a força mais sutilmente, e a manejar o sabre-de-luz. Jade enquanto isso luta interiormente para entender seus sentimentos conflitantes em relação a Skywalker, e tem pesadelos constantes sobre o momento da morte do Imperador.

Pesadelos recorrentes de Mara Jade, onde ela presencia, impotente, a morte do Imperador Palpatine.

Pesadelos recorrentes de Mara Jade, onde ela presencia, impotente, a morte do Imperador Palpatine.

Como não poderia deixar de acontecer, temos um belo combate de sabres-de-luz, na edição que eu li traduzidos como sabre-laser. Mara e Luke enfrentam um desafio à altura, que os deixam ocupados e incapazes de ajudar seus aliados. Lando e Chewie combatem os soldados imperiais, e recebem reforços inesperados de Leia e Karrde, mais um pequeno mas eficiente bando de guarda-costas noghri.

C'baoth_lightningO confronto final com C’Baoth é terrível e inevitável. Mara finalmente supera seu passado e liberta sua mente da influência do Imperador.

Presenciamos também o confronto final entre as frotas da Nova República e do Império, onde ambos reuniram quase a totalidade de suas forças. O previsível mas bem construído fim do Grande Almirante Thrawn desarticula completamente a organização da frota imperial, que é forçada a bater em retirada, e uma vitória bastante significativa da Nova República é conquistada.

Luke, que em certo ponto recuperara o sabre-de-luz azul perdido no duelo contra Darth Vader no Episódio V – O Império Contra-Ataca, confia-o à Mara Jade, e passa a sentir-se preparado para continuar ensinando sua irmã, seus sobrinhos e com o tempo reconstruir a Ordem Jedi.

Ufa… Terminei. Quase 1200 páginas resumidas em três pequenos textos. Gostaria de ter acesso a mais livros do Universo Expandido, e continuar acompanhando a história desses personagens que o cinema dos anos 70/80 nos ensinou a gostar. Mas vou dar um tempo por enquanto, e procurar algo diferente para ler semana que vem.

Pilotos do Esquadrão Rogue.

Pilotos do Esquadrão Rogue.

Curiosidades:

  • O planeta sede do governo, Coruscant, apareceu pela primeira vez nessa série de livros, e foi adotado como material oficial por George Lucas em sua nova trilogia.
  • A Trilogia Thrawn ganhou versão em quadrinhos pela Dark Horse Comics, adaptada pelo roteirista Mike Baron.
  • Zahn escreveu mais livros, continuando e encerrando a guerra contra o Império e dando continuidade ao romance entre Luke Skywalker e Mara Jade, chamados Specter of the Past e Vision of the Future, conhecidos como a série Hand of Thrawn. Já o casamento dos dois personagens acontece na história em quadrinhos Star Wars: Union.
  • Zahn assinou a minissérie em quadrinhos Mara Jade – By the Emperor’s Hand, que revela detalhes do passado sombrio da personagem.

Obrigado pela paciência e por aguentarem três publicações seguidas sobre praticamente o mesmo tema. Estava empolgado…

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Star Wars: O Despertar da Força Negra – Dark Force Rising

Segundo volume da trilogia, publicado em 1993.

Segundo volume da trilogia, publicado em 1993.

Segundo livro da Trilogia Thrawn, O Despertar da Força Negra começa imediatamente após o primeiro. O Grande Almirante Thrawn busca vingar-se de Talon Karrde por sua colaboração na fuga de Luke Skywalker da armadilha preparada pelo Império, destruindo sua base de operações principal, no mesmo planeta onde Luke e Mara Jade tiveram de sobreviver alguns dias na floresta habitada pelas criaturas que suprimem a Força.

Karrde e seu grupo entretanto, já prevendo a óbvia retaliação, escaparam momentos antes, e esconderam sua nave, a Wild Karrde em alguns asteroides próximos ao planeta. Nesse momento, Jade pressente o perigo através da Força, e faz com que o grupo fuja do esconderijo improvisado no último instante, escapando de mais uma das armadilhas convenientemente planejadas de Thrawn.

Chewie e Leia escapando de um ataque em Kashyyyk.

Chewie e Leia escapando de um ataque em Kashyyyk.

Leia, após retornar de sua breve estadia em Kashyyyk, onde foi novamente emboscada por um grupo dos mesmos alienígenas felinos que descobriu pertencerem ao povo noghri, leal ao Império, resolve fazer uma visita diplomática ao planeta dos mesmos e tentar trazê-los para o lado da Nova República. Novamente, o quase onipresente vilão da trilogia resolve fazer uma inspeção ao planeta justamente quando Leia se encontra lá. Eventos parecidos acontecem durante toda a história, o que me deixou novamente desapontado com a narrativa. Aparentemente, o autor recebeu algumas críticas quanto a esses defeitos entre a publicação do primeiro e do segundo livros. A perseguição ainda é óbvia e conveniente, mas dessa vez os heróis conseguem antever alguns de seus atos, e estar um ou dois passos a frente do almirante.

Han Solo e Lando viajam pela galáxia na tentativa de encontrar provas da inocência de um dos líderes da Nova República, que sofria constantes acusações de traição, e corria o risco de sofrer um golpe de estado. Nessas viagens, acabam encontrando um personagem que se tornaria famoso em publicações subsequentes do Universo Expandido, inclusive aparecendo em jogos de videogame. Após entrarem em contato com o Senador Bel Iblis, descobrem que a lendária Frota Katana, também chamada de Força Negra (composta por quase duzentos cruzadores gigantescos) realmente existe, e pode ser recuperada para uso da república. Mais uma vez, a onisciência do almirante Thrawn o coloca atrás do mesmo objetivo de Solo e Lando, no que acaba virando uma corrida pela localização da frota perdida.

O Senador corellian Garm Bel Iblis, Hal Solo e Lando, observando projeções da Frota Katana.

O Senador corellian Garm Bel Iblis, Hal Solo e Lando, observando projeções da Frota Katana.

Nesse meio tempo, Luke entra em contato com o Jedi do Mal C’Baoth, sem suspeitar de suas verdadeiras intenções, e encontra-se com ele no planeta Jomark. Depois de algumas demonstrações de grande ambição por poder, egoísmo e loucura, além de algumas utilizações de poderes do Lado Negro da Força, Luke percebe que C’Baoth é mal intencionado, e começa a se preocupar em trazê-lo de volta como fizera com seu pai. As coisas não vão tão bem, e Luke acaba sendo resgatado por Mara Jade, que passa por um grande conflito entre matar ou não Skywalker.

O "Jedi do Mal", Joruus C'Baoth.

O “Jedi do Mal”, Joruus C’Baoth.

Mara Jade, que descobrimos ser uma antiga agente especial do Imperador, e que perdeu a identidade e a razão de viver quando não tinha mais a quem servir. Jade tem visões constantes do Imperador sendo assassinado por Luke e Darth Vader, e lembra-se claramente de que deveria matar o Cavaleiro Jedi.

O livro termina no mesmo tom de O Império Contra Ataca, com a Nova República sofrendo uma derrota ao perder a Frota Katana para o Grande Almirante Thrawn. Porém, nem tudo parece perdido, já que o Império carece números em suas fileiras para operar todas as naves recém-adquiridas. Luke não tem tanta certeza de que existe muita esperança, devido a um encontro com uma tropa de soldados clones, que não eram mais vistos há anos.

Com a curva dramática lá em cima, a expectativa pelo terceiro livro e a conclusão da história se torna inevitável. Novamente, apesar do desesperador Deus Ex Machina presente no livro, a leitura empolgou, tanto é que comecei a ler o terceiro logo em seguida, e terminei dois dias depois.

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Star Wars: Herdeiros do Império – Heir to the Empire

Capa nacional da edição publicada em 1993. Star Wars ainda era traduzido como Guerra nas Estrelas.

Capa nacional da edição publicada em 1993. Star Wars ainda era traduzido como Guerra nas Estrelas.

Como admirador dos filmes Star Wars que sou, não pude deixar de aproveitar quando encontrei recentemente na internet a série de livros considerada a mais importante do Universo Expandido (que consiste em livros, quadrinhos e jogos, devidamente licenciados pela Lucasfilm) da franquia. Conhecida pelos fãs como Trilogia Thrawn, é composta por três romances: Herdeiros do Império (Heir to the Empire), O Despertar da Força Negra (Dark Force Rising) e A Última Ordem (The Last Command).

Já vou avisando que toda a série é muito melhor aproveitada se você já assistiu todos os filmes da Trilogia Clássica.

A trilogia começa cinco anos após a destruição da segunda Estrela da Morte, que acontece no Episódio VI – Retorno de Jedi. Luke, Leia e Han Solo voltam aos papéis principais, participando do estabelecimento da Nova República, modelo de governo defendido pela Aliança Rebelde desde sua criação, quase trinta anos antes.

Somos apresentados à um período complicado para a Nova República, que disputa constantemente com os oficiais remanescentes do Império a lealdade de cada planeta, em cada sistema. Entretanto, o ressurgimento de um Grande Almirante Imperial, nomeado pelo próprio Imperador, começa a desequilibrar mais uma vez a balança, e ameaçar o crescimento do novo governo. Thrawn é o único não-humano dos doze Grande Almirantes originais, escolhidos a dedo pelo xenófobo Imperador Palpatine como seus oficiais mais altos. Um grande e frio estrategista militar, capaz de identificar as fraquezas e prever atitudes e reações de seus inimigos através da análise das obras de arte de sua raça, e uma das maiores personificações do termo Deus Ex Machina que já vi em minha vida. Explico mais tarde.

Thrawn, o alien azul de olhos vermelhos que comanda os remanescentes do Império.

Thrawn, o alien azul de olhos vermelhos que comanda os remanescentes do Império.

Vários personagens originais, além do próprio Thrawn, são introduzidos nesse livro também, sendo os mais importantes o contrabandista Talon Karrde, cuja organização criminosa cresceu espantosamente após a morte de Jabba, e sua principal assistente Mara Jade, segunda em comando de sua organização, e dona de um passado misterioso.

Han Solo tenta contatar seus antigos amigos contrabandistas para que trabalhem como transportadores de carga para a Nova República, sem muito sucesso. Leia, grávida de gêmeos, tenta dividir seu tempo entre o treinamento Jedi e as missões diplomáticas confiadas a ela. Já Luke alcançou maior amadurecimento de suas habilidades como Jedi, mas ainda sente-se um pouco perdido, e preocupa-se se será capaz de orientar corretamente o treinamento dos sobrinhos.

Acompanhamos Thrawn em sua busca por tecnologias escondidas pelo Imperador em um planeta desconhecido, e seu encontro com um Lorde de Sith (no livro lançado em 1992, ainda chamado de Evil Jedi, ou Jedi do Mal) completamente insano chamado Joruus C’Baoth. Thrawn, de posse de criaturas capazes de repelir a Força, consegue forjar uma frágil aliança com o velho maluco, em troca de oferecer Luke, Leia e os gêmeos para serem seus discípulos. C’Baoth assume a função de coordenar os ataques espaciais através do uso da Força, controlando as mentes dos pilotos e sincronizando suas ações com perfeição. Tudo isso, entretanto, a Nova República desconhece, e começa a sofrer derrotas significativas para o Império.

Escapando por um triz de uma armadilha de Thrawn, Luke acaba caindo no planeta onde se localiza o centro de operações de Karrde. Após alguns acontecimentos, ele e Mara Jade, que nutre um misterioso ódio por Skywalker, acabam tendo de se aliar para sobreviver nas florestas do planeta, de onde Thrawn retirou as criaturas que bloqueiam o uso da Força, os ysalamiri.

Talon Karrde, o contrabandista.

Talon Karrde, o contrabandista.

Convenientemente, Han Solo e Lando chegam ao planeta mais ou menos nesse momento, conseguem um acordo com Karrde e resgatam Luke e Jade das tropas imperiais que o perseguiam.

Leia, por outro lado, é perseguida de planeta em planeta por uma raça de felinos humanoides que trabalham para o Império. Como aparentemente eles estão sempre um passo à sua frente, ela começa a suspeitar de que algo ou alguém esteja vazando informações confidenciais do conselho de guerra da Nova República para o Império.

O livro termina numa pequena mas importante batalha espacial, com uma vitória sofrida da Nova República e preparando terreno da continuação.

A experiência de ler o livro foi motivo de bastante conflito interno de opiniões para mim. Por um lado, entrar em contato com uma história inédita de uma série que eu gosto, foi bastante interessante. Reencontrar personagens familiares como os integrantes do Esquadrão Rogue, conhecer novos personagens que se tornam importantes, revisitar cenários já conhecidos, tudo isso dá força à obra. Mesmo que apenas para fãs dos filmes.

A misteriosa Mara Jade.

A misteriosa Mara Jade.

Entretanto, o livro foi pelo menos para mim, bastante previsível. O gênio militar do Grande Almirante Thrawn pode ser explicado como o uso abusivo de um recurso chamado Deus Ex Machina, que é quando o autor manipula a história de tal forma que os acontecimentos favorecem um personagem sem muita explicação. Tudo parece acontecer convenientemente a favor do personagem, e em dados momentos parece que o mesmo é capaz de estar em vários lugares ao mesmo tempo. Outro ponto negativo é a perda do humor característico de alguns personagens, com Han Solo, que se tornou “respeitável” e entediante, e a má utilização dos droides, notadamente utilizados como alívio cômico nos filmes.

Apesar de tudo, foi uma leitura agradável no final das contas, já que acrescentou mais do que gerou desgosto por alguns problemas narrativos. Ainda assim, reconheço que o livro não tem apelo para os leitores não familiarizados com os filmes da série de cinema.

Obviamente, não pude deixar de ler as continuações logo em seguida, e acabei lendo os 3 livros em quatro ou cinco dias. Ainda essa semana publicarei um texto sobre cada uma delas aqui.

Escrito por Timothy Zahn em 1992, publicado no Brasil em 1993 pela Editora Best Seller em edição de 373 páginas.

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